
Encontrei esse texto há alguns dias, dentro de um caderno. Escrevi ele no meu primeiro mês aqui na Espanha, mas ele se faz atual, mesmo reconhecendo que o meu lugar na estrada e que a intensidade dos sentimentos tenham se tranformado...
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A Fé e o Medo. A fé, a luz. O medo, a sombra. Sentimentos contrários. Ambos moram dentro de mim. Ora o norte, ora o freio do meu caminhar; céu e inferno; experiência de completa clareza e momentos seguintes, de intensa escuridão.
Nesta constante contraditoriedade vivo pura intensidade; na surpresa em me reconhecer nesse velho continente e na estranheza causada pela distância de casa; pela diversidade dos caminhos; infinitude dos encontros; e novos perfumes que tomam meu coração.
A ausência das antigas proteções às quais estava tão acostumada me desesperou por refúgio, mas desta vez não o encontrei onde ele sempre estava. A raiva e a dúvida quanto ao meu próprio caminho me trouxeram o choro de criança na esperança de que alguém se comovesse com a tristeza e me desse algum descanso. Mas foi em vão, a minha solidão permaneceu imóvel, ao pé da cama, noites a fio.
Entre os instantes de cada respiração, a Alma aproveitava para dizer, “calma”. E ainda que desconfiada, o meu cansaço foi permitindo a sedução pela doce melodia dessa voz que me falava. Aos poucos, fui cedendo, encontrando aconchego entre seus braços.
Por mais que ainda relute, não me conforme por ter comigo o peso da finitude; por mais que queira insistir em permanecer no imutável, no confortável; por mais que me sinta profundamente violentada pelo insistente rompimento da minha Alma, ao poucos, sinto que tenho cedido.
Lá fora, a instabilidade do mundo continua a ser uma constante, mas, agora, se tece uma força dentro, dia-a-dia, sem descanso. Ela é firme, mas dança a dança do vento.
Por mais que a falta no que me apegar me faça querer acreditar que é possível voltar, seguir em frente é a única direção. Não há caminho de volta. Virou poeira e Eu não vivo mais lá.
Eu desconheço o meu futuro, tão pouco sei a próxima paisagem, cidade, ou país, mas quero, antes que amanheça, habitar o mundo em mim.
Viver a minha própria humanidade é o meu caminho de volta a divindade.
Nesta constante contraditoriedade vivo pura intensidade; na surpresa em me reconhecer nesse velho continente e na estranheza causada pela distância de casa; pela diversidade dos caminhos; infinitude dos encontros; e novos perfumes que tomam meu coração.
A ausência das antigas proteções às quais estava tão acostumada me desesperou por refúgio, mas desta vez não o encontrei onde ele sempre estava. A raiva e a dúvida quanto ao meu próprio caminho me trouxeram o choro de criança na esperança de que alguém se comovesse com a tristeza e me desse algum descanso. Mas foi em vão, a minha solidão permaneceu imóvel, ao pé da cama, noites a fio.
Entre os instantes de cada respiração, a Alma aproveitava para dizer, “calma”. E ainda que desconfiada, o meu cansaço foi permitindo a sedução pela doce melodia dessa voz que me falava. Aos poucos, fui cedendo, encontrando aconchego entre seus braços.
Por mais que ainda relute, não me conforme por ter comigo o peso da finitude; por mais que queira insistir em permanecer no imutável, no confortável; por mais que me sinta profundamente violentada pelo insistente rompimento da minha Alma, ao poucos, sinto que tenho cedido.
Lá fora, a instabilidade do mundo continua a ser uma constante, mas, agora, se tece uma força dentro, dia-a-dia, sem descanso. Ela é firme, mas dança a dança do vento.
Por mais que a falta no que me apegar me faça querer acreditar que é possível voltar, seguir em frente é a única direção. Não há caminho de volta. Virou poeira e Eu não vivo mais lá.
Eu desconheço o meu futuro, tão pouco sei a próxima paisagem, cidade, ou país, mas quero, antes que amanheça, habitar o mundo em mim.
Viver a minha própria humanidade é o meu caminho de volta a divindade.
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